quarta-feira, 13 de junho de 2012

LEALDADE


            Quando se fala em lealdade, temos nossas próprias conclusões devida as visões de mundo que obtivemos com o passar dos tempos, com o nosso ''amadurecimento''. Lembramos muito também, da história, da época escravista, onde se devia lealdade, fidelidade ao seu senhor. Hoje, em partes já não se é mais assim.
            Para que fique mais esclarecido, exposto o que é lealdade na teoria, iremos colocar agora alguns significados. Como esperado e o mais consultado de todos mostramos o do dicionário que nos traz as seguintes definições: Franqueza, sinceridade, retidão e probidade. No livro Os Japoneses de Célio Sakurai, nos traz algumas definições como: Na sociedade japonesa, a lealdade pessoal era um valor acima de todos os outros; assim, ao colocar a autoridade suprema (imperador) acima do xogum, as elites insatisfeitas não pareciam estar cometendo uma deslealdade e a lealdade ao chefe é a marca dos guerreiros  samurais de toda a história japonesa subsequente.
            Hoje, no mundo em que vivemos devemos lealdade à algumas coisas que nos favorecem com o passar dos tempos. Quando entra em um serviço, você é contratado devendo uma finalidade à empresa, onde você trará o beneficio a empresa e haverá sempre uma evolução sua, tanto pessoal, profissional e até mesmo financeiramente. Quando se entra em uma união matrimonial, podemos chamar de um compromisso de fidelidade que segue a lealdade, pois como no caso da religião católica, você promete ser fiel, ou seja, dar fidelidade à sua companheira (esposa) a vida toda. Tendo se um cadastro antigo na loja, onde você compra a muitos anos, você é considerado um cliente fiel, leal e chega muita das vezes a ter algumas vantagens por fidelidade à loja.
            Com essas definições propostas à cima, percebemos que lealdade pode se tratar de muitas ocasiões, isso dependerá da ocasião em que se esta envolvido e até mesmo do contexto onde esta colocada. Então lealdade é uma forma de se mostrar  fidelidade ao próximo e até mesmo o respeito. Eis uma das coisas que nós mais procuramos.


BIBLIOGRAFIA:
SAKURAI, Célio. Os Japoneses. São Paulo: Contexto, 2007.


AUTORES:

Carlos Augusto de Oliveira Juliani
Felippe Teodoro Melo Borges
Gabriel Almeida Silva

domingo, 10 de junho de 2012

Amor


Por que o amor é necessário? Poderíamos definir inúmeras razões, mas é suficiente apenas uma: não há sentido na vida sem amor, pois somos seres sociais e necessitamos de companhia, carinho, afeto e atenção para que o viver deixe de ser uma simples fase de uma espécie do planeta Terra e passe a ser uma explosão divina de magia e satisfação plena. De acordo com Neusa Vendramin Volpe e Ana Maria Laporte (2000, p. 99) o amor é “o meio procurado e desenvolvido pelo homem para vencer o isolamento e escapar da loucura. Sem ele, o homem torna-se árido, incapaz de encantar-se com a vida e de envolver-se com os outros.”
É comum as pessoas confundirem amor com paixão, porém é inconcebível tal confusão. A paixão é desejo momentâneo que acaba com a realização do envolvimento, pois o encanto deixa de existir a partir do momento que se estabelece a percepção de que fora apenas algo superficial e desejo carnal para com a outra pessoa, na qual o indivíduo passa a viver novamente em busca de um amor para disseminar a solidão. Em contrapartida, o amor é um sentimento que surge ao longo do tempo, através de uma convivência contínua, a qual prevalece o zelo e respeito mútuo que desencadeia o desejo de estar próximo, de carinho, companheirismo e não apenas o aspecto físico-carnal com o outro.
Diante disso, faz-se importante destacar as diferentes ramificações presentes no que diz respeito amor. Segundo Martim Carlos Warth (2002, p. 157-152) podemos dar ênfases sobre o amor que auxiliam nossa reflexão ética sobre o 6° mandamento: o primeiro seria o amor ágape que é “um amor de respeito, de valorização da outra pessoa, de carinho, afeto, estima e admiração pelo ser humano que Deus colocou em nossa vida... O amor ágape leva a compreensão e ao perdão quando no casamento houve um descompasso nas relações humanas”; o segundo seria o amor eros “(...) que agora o amor se transforma em desejo, vontade de possuir e de gozar, paixão ou ambição. O interesse do amor eros, determinado pela libido, avalia as funções da outra pessoa, ou mesmo de uma coisa, e determina sua conquista quando considera essa função favorável.” O terceiro denominado filia é “(...) também é um amor de paixão, de um querer bem, de um desejo de satisfação da libido. Mas ele engloba mais: é um amor protetor, porque se envolve e se compromete totalmente com a pessoa amada.”
Importante ressaltar que a ética no amor não está na proibição do amor eros, mas sim na prática de atos impuros, na forma de enxergar o amor como apenas uma maneira de suprir os desejos físicos. A ideia de dominação do homem perante a mulher surgiu desde os primeiros períodos da historia onde os homens em suas sociedades de costumes caçavam, enquanto as mulheres cuidavam da lavoura, dos filhos e a constituição física de delicadeza as colocava em forte dependência ao homem.
            Hoje, com a evolução dos movimentos feministas, a mulher viu a necessidade de se equiparar igualmente aos homens perante aos seus direitos e a diferença, que a faz ser vista com erotismo pelo homem.
            Sabemos que a relação homem e mulher é complexa e que ambos devem respeitar a ética de suas personalidades para manter o equilíbrio de seus papéis sexuais e sociais.Temos o rótulo como um problema ético social na sociedade atual, pois rotular uma pessoa para observá-la apenas de uma maneira que satisfaça o próximo seja homem ou mulher significa dizer que a sociedade neoliberal juntamente com a mídia são os principais órgãos manipuladores dos desejos das pessoas investindo na imagem de uma mulher nua como exemplo, ou vídeos eróticos como forma de trazer a atração sexual prematuramente e de forma rápida para o homem. Assim vemos que as ideias do amor chocam-se com os interesses de mercado consumista do neoliberalismo que tem por principal ferramenta, a mídia.
            O amor na sociedade contemporânea possui barreiras para ser totalmente alcançado, onde o individualismo, o consumo compulsivo e a falta de coletividade com o próximo geram características negativas nas pessoas como: o processo de rotular, o ser narcisista e o egoísmo do seres humanos desprezando os valores de justiça, dignidade e ética que são termos que deveriam vir “de berço”.Assim, para superarmos essa ambição presente na sociedade devemos colocar o amor como principal tema para desenvolver a capacidade de encontro,de sensibilidade, de afeto com o próximo seja em um ambiente de trabalho, relação casual ou o próprio amor aos filhos, pois temos hoje infelizmente um mundo onde parentes consanguíneos se matam, jovens que perdem o amor a vida para entrar no mundo das drogas e do crime e enfim o preconceito, então, será que podemos dizer que a nossa sociedade consegue por si só, acabar com a falta de humanização ainda presente na espécie humana?
De acordo com o apresentado anteriormente, percebemos quão difícil é a inserção do amor em uma sociedade capitalista, ou seja, extremamente consumista, principal seguidora dos dizeres da mídia e que impõe diferenças na distinção das classes sociais. Talvez, desconhecemos o amor tão quanto Carlos Drummond coloca em seu poema “Reconhecimento do amor”, quando diz que nós nos enganamos ao fugir do amor, pois o desconhecemos, talvez com o receio de enfrentá-lo. Por fim, o homem é um ser que aceita a evolução de sua sociedade, usa o que tem de novo e descoberto, mas permanece com o seu instinto de ambição e não integra o amor a si próprio e com o próximo, por medo de enfrentá-lo ou por medo de sofrer, essa lógica mostra que daí nasce os problemas sociais, e que colocam as pessoas ainda tentando se diferenciar do próximo, pois perante o amor e a religião, o homem sendo feito imagem e semelhança de Deus, é um só, portanto, devemos amar a Deus sobre todas as coisas, bem como amar ao próximo sem distinção, mas sim tratando-o como um irmão.


Bibliografia
WARTH, Martim Carlos. A ética de cada dia. Canoas: Ed. Ulbra, 2002.
ARAÚJO, Sílvia Maria de et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000.

Autores
Daniella Domingues Santos
Jaquelaine Souza Medeiros
Richard Rodrigues Faria

Bem


O bem esta na nossa vida?  Para vários filósofos o conceito do bem é algo bonito belo, onde seres humanos têm uma total liberdade para criar o que é belo para si, isso significa que o belo e o bom se resumiriam, em uma busca da beleza, do prazer, de tudo o que é agradável, tornando a própria busca pelo bem parte de nossas vidas.
Mas agir assim seria ético? Para Kierkegaard ético não significa escolher entre o bem e o mal, mas escolher qual se exclui ou se escolhe o “bem ou mal” nesse sentido ser uma pessoa ética é agir sempre a partir da alternativa do bem ou mal, mas somos formados por costumes de uma sociedade, onde nos educa para respeitarmos e reproduzirmos valores do bem, para Álvaro L.M Valls, o avanço da humanidade com as indústrias culturais e a ditadura dos meios de comunicação em que vivemos não saberíamos ate que ponto o homem de hoje ainda pode escolher entre o bem e o mal.

Bibliografia
VALLS,Álvaro L.M. O que é Ética.9 ed.São Paulo:editora Brasiliense

Autoras
Fernanda Marques de Oliveira
Laila Nicoletti Vieira

Ato/Ação e omissão


No campo religioso, o problema assume proporções ainda maiores, pois somos inclinados a pensar que tanto o movimento religioso como seus seguidores são perfeitos e não se desviam nunca de sua pregação. Não raro, para indicar nossa indignação, usamos expressões como “isso é uma imoralidade” ou, ainda, “isso é antiético”.
A moral se relaciona às ações, isto é, à conduta real. A ética diz respeito aos princípios ou juízos que originam essas ações. Nessa dimensão, a ética e a moral são como teoria e a prática. A partir dessa constatação, é possível afirmar que a ética é a teoria ou filosofia moral.
Todo ser humano tem uma moral em razão de que pratica ações que podem ser eticamente examinadas. Contudo, nem todos levam em conta quais são os princípios éticos que determinam suas ações. Por isso, é fundamental avançar na compreensão da ética.
A consciência psicológica e a consciência moral estão relacionadas. Na realidade, se o problema moral se estabelece para o homem é porque, inicialmente, ele tem consciência psicológica. Se todos os seus atos fossem desencadeados pela pressão dos instintos ou dos hábitos, se o homem não tivesse consciência do que faz não existiria o problema moral. A consciência moral, portanto, pressupõe a consciência psicológica.
Para decidir, escolher, enfim para exercer sua liberdade, o homem precisa estar consciente. Não há, pois, liberdade sem consciência. Enquanto a consciência psicológica possibilita ao homem escolher, a consciência moral, com seus valores, normas e prescrições, orienta a escolha.
Os três componentes fundamentais da vida moral são: Consciência, liberdade e responsabilidade. Tais pessoas agem sob uma coação interna (tendências patológica, doentias) da pessoa e a exime da respectiva responsabilidade moral. A coação externa também pode anular a vontade da pessoa, eximindo-a de responsabilidade. Em certas situações, a coação é tão forte, acarretando riscos para a própria vida, que não resta margem para decidir e agir de acordo com a vontade própria, pois a resistência física e espiritual tem um limite, além do qual o sujeito perde o domínio sobre si mesmo.
Cada um de nós tem consciência imediata e direta de ser livre – de poder dominar todas as leis da natureza, pelo menos por alguns momentos. Com esta consciência está conexa outra propriedade do homem: ele é capaz de reflexão. Não só está voltado para o mundo exterior – como parece o caso dos outros animais -, mas pode pensar também em si mesmo, pode preocupar-se com seu próprio eu, pode perguntar pelo sentido da própria vida. Parece ser também o único animal que tem consciência clara do fato de um dia precisar morrer.
Quando se consideram essas peculiaridades do homem, não se pode estranhar que o fundador de nossa filosofia ocidental, Platão, tenha chegado à conclusão de que o homem é algo inteiramente distinto de todo o resto da natureza.
Para os ensinamentos católicos, a omissão é uma falha em fazer algo que poderia e deveria ser feito, sendo considerado pecado se a pessoa sabe de seu poder e dever de agir.
A gravidade do pecado omissivo, da mesma forma que dos pecados comissivos (por ação), varia de acordo com a magnitude do preceito violado e o grau da culpa.
Considera-se ainda pecado omissivo, se a incapacidade da pessoa para agir decorre de uma ação própria dela, como no caso de perda de consciência por consumo de drogas que impeça o cumprimento de um dever.
São Paulo refere-se diretamente a este pecado quando diz: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero." (Rm 7:19 - Trad. Pe. Antônio Pereira de Figueiredo, aprovada por S.Em.a D. Jaime Card. de Barros Câmara)

Bibliografia

CORDI, Cassiano... [et al].Para filosofar. – São Paulo: Scipione, 2000. 4ª Edição.
FLOR, Douglas Moacir ... [et al.] – Canoas: Ed. ULBRA, 2008.272 p.: il.


Autores
Arthur Henrique Wilson Silva
Romão Soares da Costa Neto
Vedrana Batista da Silva

CETICISMO


O ceticismo é um dos principais assuntos filosóficos da atualidade. Vivemos em uma época em que muitas crenças são questionadas, que sobre tudo se discute e desconfia de verdades absolutas e eternas. Historicamente, a liberdade de pensamento favoreceu o surgimento e desenvolvimento do ceticismo. Seu ambiente natural é uma sociedade democrática, pluralista e tolerante, na qual as diversas culturas possam viver pacificamente. Por isso, os céticos rejeitam sociedades e instituições autoritárias, em que uma única linha de pensamento é imposta a todos, deixando pouco espaço para a reflexão crítica.
O ceticismo, no entanto, é um tipo particular de filosofia, pois não é constituído por um conjunto de teses sobre as coisas, nem pretende ser um conhecimento. A característica principal do cético é manter uma atitude crítica diante da pretensão dogmática de ter descoberto a verdade. Desconfiar das afirmações precipitadas desses filósofos e questionar suas teses são sua marca registrada. É por isso que o ceticismo é uma forma atual de filosofar.
Assim, os céticos nos oferecem, não um pretenso conhecimento sobre as coisas, mas um discurso complexo e sofisticado. Nesse sentido, organizaram diferentes formas de argumentação que se podem empregar para combater o dogmatismo e estabelecer que a verdade ainda não foi descoberta. Os céticos são aqueles que mostram, por meio de uma argumentação que lhes é peculiar, que não há nenhuma garantia de que conhecemos aquilo que alegamos conhecer. Segundo eles, não conhecemos nada, não temos certeza de nada e podemos colocar tudo em dúvida; sequer sabemos que nada sabemos.
Devido esse caráter crítico e meticuloso, reconheceu-se o desafio cético como um obstáculo inevitável para qualquer filosofia que pretendesse assegurar a verdade de suas teses. Refutar o ceticismo tornou-se uma obsessão dos filósofos dogmáticos, sobre tudo daqueles que se interessam pela teoria do conhecimento, já que a possibilidade do conhecimento e a descoberta da verdade é um assunto essencial para os céticos.
O ceticismo ocupa-se, sobretudo, com questões éticas, tendo uma certa desconfiança com relação às aquisições científicas.
Um dos resultados mais fascinantes trazidos por esses novos estudos é a riqueza das formas assumidas pelo ceticismo moderno. Talvez se possa distinguir, no período moderno, três formas principais de ceticismo. Primeiro, uma atualização do ceticismo grego, feita por Michel de Montaigne e, posteriormente, por Pierre Bayle, na qual a razão se perde ao defender os dois lados de uma questão, sem jamais poder decidir-se por qualquer um deles. A razão, nessa forma de ceticismo, estaria dividida e, sendo capaz de argumentar de maneira persuasiva tanto a favor de uma tese, como contra esta, acabaria por não ser capaz de estabelecer nenhuma verdade. Essa forma de ceticismo ocupa-se, sobretudo, com questões éticas, tendo uma certa desconfiança com relação às aquisições científicas.
Segundo, o ceticismo cartesiano, que se caracterizaria por sua dúvida universal e pela pretensão de pôr em xeque todos os nossos conhecimentos de uma só vez a partir de uns poucos argumentos gerais, mas supostamente devastadores. Não se questionariam teses isoladas, mas o conhecimento como um todo, a partir da dúvida sobre os princípios em que nossos conhecimentos se apoiariam. Assim, os argumentos empregados pelo cético cartesiano levariam adiante os argumentos dos céticos antigos e seriam, ao menos supostamente, ainda mais radicais. Esse tipo de ceticismo tem um papel eminentemente metodológico e é empregado também por filósofos como uma espécie de propedêutica para a parte positiva e construtiva de sua filosofia dogmática.
Finalmente, o ceticismo elaborado por David Hume a partir de sua ciência da natureza humana. Hume, o mais engenhoso dos céticos, segundo Kant, teria inventado uma forma extremamente original de ceticismo. Ao investigar a mente humana, Hume mostraria como esta funciona de modo imperfeito e, mesmo, contraditório, já que nossas crenças mais básicas, como a crença nos corpos, na identidade pessoal e nas relações causais, estariam repletas de passos ilegítimos, ficções e contradições.
Percebe-se, assim, como o ceticismo é, após dois milênios e meio, um assunto relevante e polêmico entre nós, constituindo um dos raros campos em que a Filosofia não está restrita aos estudos históricos. Não por acaso, há um vivo interesse por essa doutrina tão instigante e desafiadora, que não costuma deixar o leitor indiferente e instiga-o à reflexão própria. O ceticismo tem desempenhado, dessa forma, o papel de um convite à Filosofia.

Bibliografia
SMITH, Plínio Junqueira. Ceticismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

Autores:
Kleber Soares dos Santos
Síssi Miranda Barcelos

MÉRITO


Existe um grupo de qualidades atribuídas às ações e conduta dos homens, distintas de sua conveniência, decência, que são objetos de uma espécie diferente de aprovação. É o mérito, qualidades de recompensa merecida.
 Merecer uma coisa (salário, felicidade, sucesso, recompensa, ou, inversamente, censura, fracasso, punição) é ter agido de tal maneira que a obtenção da coisa merecida seja considerada como justa. Daí os diferentes sentidos da palavra mérito:
a) valor moral, enquanto é acompanhado por um esforço para ultrapassar dificuldades, e especialmente para superar os obstáculos interiores que se opõem à moralidade; distingue-se neste sentido da virtude considerada como uma perfeição moral que pode ser natural e obtida sem esforço.
b) (sentido sobretudo teológico). Aquilo que vai para além do dever estrito, e constitui uma espécie de crédito moral (considerada algumas vezes como transferível de uma pessoa para uma outra). A vida moral é então concebida como fazendo variar um balanço em que todo o aumento de haver é um "mérito", toda a diminuição um "demérito".
c) Características daquele que merece o sucesso ou a aprovação (além dos valores morais): "Um escritor de mérito. Ocupar um lugar inferior ao seu mérito". A palavra, neste sentido, serve frequentemente de sinônimo atenuado de talento.
d) Qualidade louvável (quer num homem, quer numa obra). "O mérito principal de uma teoria, de um autor".
O sentido mais preciso e mais útil desta palavra é o valor moral. Muitas dificuldades verbais e sofismas resultam do fato de não se distinguir nitidamente o esforço para o bem da perfeição moral. Deve-se evitar, por consequência, desviar ou enfraquecer o sentido deste termo tomando-o por sinônimo de virtude ou de superioridade moral.
A noção de mérito é complexa. Ela evoca:
O direito à sanção, recompensa ou punição, conforme o ato moral seja bem ou mau.
Ovalor moral do ato ou daquele que o executa. Diz-se, com efeito, ora que tal ato é meritório, ora que alguém é uma pessoa de mérito. É no sentido de valor moral que tomamos aqui a noção de mérito, de vez que o primeiro sentido se confunde com a idéia de sanção.

Condições de mérito nos atos

O valor meritório de um ato moral de pende de vários fatores:
 Da gravidade dos deveres. Quanto mais importância tenha o dever a cumprir, maior é o mérito do ato conforme ao dever. Existe mais mérito em respeitar seus pais do que ser polido com os desconhecidos, maior demérito em faltar a um dever de justiça, do que faltar a um dever impreciso de caridade.
Das dificuldades a vencer. O deverque impõe pesados sacrifícios é fonte de maior mérito do que o mesmo dever realizado sem dificuldade, e existe mais mérito em fazer bem aos inimigos do que em servir aos amigos.
Todavia, não se deve chegar a supor, como Kant, que o esforço é essencial ao mérito e que a satisfação na realização do dever suprime o mérito. Eis um grave erro. A satisfação no dever e no sacrifício é sinal de um grnde domínio das paixões e de um verdadeiro hábito do bem, coisas que não são realizadas sem luta obstinada. Na realidade, o esforço e a dificuldade não são fontes de um mérito senão acidentalmente, quer dizer, enquanto são ocasião e sinal de uma vontade mais ardente do bem.
Da pureza de intenção. Quanto mais a intenção for pura, mas o mérito será grande. Há maior mérito em servir aos amigos por pura cordialidade do que pelo interesse de ser tratado da mesma forma quando chegar a ocasião.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SMITH, Adam. Teoria dos Sentimentos Morais. - São paulo: Martins Fontes, 1999.
JOLIVET, Régis. Curso de Filosofia – 20. ed. 2. impr. – Rio de Janeiro: Agir, 2001.


Autores
ALINY APARECIDA RIBEIRO RODRIGUES
DANHELLEN MARIA FERNANDES ALMEIDA
MIRIAM DE CASSIA MORAIS GARCIA LIMA

CIDADÃO


Valores são criações humanas e não entidades abstratas universais, válidas em qualquer tempo e lugar. E que a ética pode ser compreendida como uma estética de si, isto é, como atividade de construir nossas próprias vidas como um artista pinta seu quadro. Isso significa que construímos nossos próprios valores colocando nós mesmos como valor fundamental.
O fato de afirmamos que devemos cada um de nós, construirmos a própria vida, não deve ser entendido, porém, como um apelo ao individualismo. A afirmação da individualidade, da singularidade de cada pessoa, que deve ser respeitada em suas opções e ações, não significa que cada um deve ser isolado aos demais. A singularidade e a criatividade podem e devem ser preservado em meio à coletividade. Mas o individuo pode ser solidário com seus semelhantes.
Compreender a ética como uma estética da existência não deve ser visto como uma atitude solidária, particular, mas sim como um empreendimento coletivo, solidário: buscar o meu prazer, minha realização, mas também o prazer e a realização do outro.
Depende das nossas escolhas e de nossas ações o que faremos de nossas vidas e do mundo em que vivemos. Se vivermos como marginais da política, não assumindo nossas responsabilidades pelas decisões de cunho mais amplo, acabaremos por viver um mundo que não queremos e uma vida que não escolhemos. Mas, se resolvermos agir como sujeito de nossa vida e de nosso mundo pode pintar os quadros que nossa criatividade permitir.
Ao assumir posturas éticas, o indivíduo tenta entender seu papel como trabalhador e como cidadão de uma região, de um país e ao planeta.
No fundo aquilo que estamos chamando de singularidade é condição básica para a cidadania, e vice-versa. Só podemos ser indivíduos singulares, senhores de nós mesmos, numa sociedade aberta, em que a cidadania exista de fato como participação de todos, assim como só pode haver efetiva cidadania se os indivíduos são livres singulares e participativos na comunidade.


BIBLIOGRAFIA
GALLO, Silvio. Ética e cidadania: caminhos da filosofia: elementos para o ensino da filosofia. 11 ed. Campinas, SP. Papirus, 2003.
GARDNER, Howard. Cinco mentes para o futuro. Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artemed, 2007.


AUTORES
Bruna Giseli Costa
Priscila Tavares de Almeida
Thalyne Marques da Costa