A
adolescência é a fase em que os horizontes do universo infantil se expandem
para além do contexto familiar, para abarcar todo o contexto social. E o jovem
é especialmente sensível às questões de justiça social, ávido por bandeiras e
causas a defender. E, nesse sentido, a questão das drogas envolve muitas
contradições. Pois entre o nariz que aspira cocaína e a carreira de pó, por
exemplo, esconde-se aquilo que ninguém quer ver, que os jovens e idealistas
usuários insistem em fingir que não existe ou em acreditar que não tem nada a
ver com sua liberdade de usar drogas. Fala-sedas crueldades que quem compra um
grama de pó está ajudando a sustentar, do submundo que vive da droga, que depende
desse comércio e é sustentado por ele: os cartéis e assassinatos, os campos de
pouso clandestinos e as queimadas das florestas. Fala-se de violência, de
destruição, de miséria - de males contra os quais lutamos, levantamos
bandeiras, fazemos passeatas e fundamos partidos políticos.
Tanto
nas classes econômicas mais abastadas, como nas menos favorecidas, o toxico tem
a sua hora e sua vez.Essa questão de desnível econômico, nada mais é do que
tese de maconheiro, ou utopia de pseudos filósofos do nosso século.
Para os
mais abastados, surgem causas (para justificarem seus atos), tais como: o
parasitismo, a ociosidade, a falta de estímulos, etc., daqueles que
materialmente são bem sucedidos.
Para os
menos abastados, a revolta, a miséria, a desnutrição, a falta de moradia, etc.,
são outras formas encontradas pelos “filósofos” para justificarem a toxicomania
e cria-se um circulo vicioso e não se encontra justificativa certa.
Na fonte primordial de onde brotam os
impulsos, não existe ainda o bem e o mal. O que move uma pessoa em direção à
droga está relacionado com o mesmo que impulsionou tantos em direção aos mares
bravios, às aventuras espaciais. Esse movimento de expansão, que nos empurra às
grandes descobertas, afrontando o desafio do desconhecido, é parte do arsenal
que nos fez humano - reflexo do desejo de conhecer sempre mais, da ousadia de
romper limites.
Para
exercitar uma escolha livre, é preciso conhecer a própria necessidade, conhecer
as opções possíveis, e conhecer as decorrências de cada uma das possibilidades
de ação. Se o impulso que leva um indivíduo a experimentar uma substância
psicoativa é o desejo de romper as barreiras da realidade cotidiana, o
resultado dessa experiência pode ser a criação de barreiras ainda mais
limitantes, que estreitarão cada dia mais seu campo de interesse.
Este
é o drama central da educação (em casa ou na escola): temos de nos basear na
experiência de ontem, para educar hoje aqueles que vão enfrentar o mundo
amanhã. Cabe à escola ajudar a criança a formar seu próprio código de ética,
baseado na tolerância e na generosidade. Esta é à base da formação de um
cidadão ético, único caminho para se chegar a uma sociedade mais justa e
igualitária.
Bibliografia:
Silva,
Edevaldo Alves da. Tóxicos/Edevaldo Alves da Silva – São Paulo:
Bushjtsky, 1979.
Autores:
Alcides Reis Silva Junior
AndrielyMarquete
Dias
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