Então,
o que é caridade? O tema que me foi proposto foi :Ética e solidariedade: o
verdadeiro conceito de caridade cristã. A caridade cristã vem daquele
preceito de Jesus Cristo: Eu
vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Jesus disse isto: O meu mandamento é que vos ameis
uns aos outros. Num outro momento, Ele diz:Vocês são todos irmãos.
Vocês são todos irmãos...
Essas
coisas são revolucionárias, elas mudam tudo. Se você, de fato, faz disso um
programa de vida, tudo muda. Sobretudo hoje numa sociedade muito excludente,
que aprofunda as desigualdades, que acaba excluindo no sentido de que nós não
somos mais importantes, os que não estamos incluídos. Por exemplo uma África:
metade da África pode afundar e ninguém está interessado. E isso não pode
acontecer. Para nós, cristãos, isso é inaceitável. Porque hoje não é mais
necessário esse mundo de gente para produzir; se produz de outra forma. O
próprio desemprego, cada vez maior, que vem com toda a globalização e o
neoliberalismo e toda a tecnologia nova, que são coisas boas: a tecnologia nova
é coisa ótima e eu acho que a ciência tem que continuar, a tecnologia tem que
se aperfeiçoar, mas temos que encontrar formas que incluam a todos e façam que
os benefícios disso sejam distribuídos a todos. Aí é que está a caridade no seu
sentido maior, de que realmente todos – todos, sem exceção – devem ser
incluídos. E nós temos que fazer tudo para que isso aconteça, para que todos
tenham igualmente seus direitos reconhecidos e a sua oportunidade de vida.
Todos, sem distinção, todos os seres humanos. A caridade vai nessa direção. E
isso é ética. Ética é reconhecer a dignidade do ser humano e agir segundo a
dignidade inviolável de cada ser humano. Esse respeito, essa promoção...
Reconhecer os direitos, promover os direitos. Porque não é só reconhecer os
direitos; é promover os direitos também. E a caridade ainda inclui justiça
social, solidariedade e tudo aquilo que ajuda a promover as pessoas, a libertar
as pessoas de todas as suas opressões.
Tudo
isso está incluído na caridade. Só que a caridade tem alguns elementos novos. A
justiça, que deve sempre ser promovida, pela qual devemos sempre lutar, é um
dos ingredientes da caridade. O direito à justiça é um dos ingredientes da
caridade. No entanto, a justiça sozinha não consegue cuidar das pessoas. Porque
a justiça cobra, mas, por essência, não perdoa. A caridade perdoa...
Pensemos,
por exemplo, no conflito entre Israel e o povo palestino. Nós podemos e devemos
ali clamar pelo direito de cada um desses povos ter um território contínuo, que
seja seu, onde possa ser um país autônomo, com soberania, autodeterminação,
como qualquer outro neste planeta, com segurança e com o devido respeito pelo
vizinho. Porém, se eles não conseguirem também perdoar, será muito difícil o
futuro. Porque ao perdoar você reconstrói as coisas que ficaram feridas. Se não
houver perdão, haverá sempre aquele impulso interior de vingar o que ficou para
trás. A caridade diz: “não, você deve conseguir perdoar”. Senão, não se
constrói um futuro depois de um conflito.
Então,
a caridade tem elementos cristãos muito fortes. Hoje nós entendemos como
caridade todo esse conjunto. Por exemplo, Jesus Cristo tem algumas palavras
muito fortes. Vou lembrar a vocês. Ele, por exemplo, disse aquela frase muito
estranha: “Se te baterem na face direita, oferece a esquerda”. Mas que coisa
estranha! Isso porque os judeus tinham o “dente por dente, olho por olho”.
Diziam: “Se ele lhe arrancar um dente, você tem o direito de arrancar um dente
dele também”. Jesus disse: “Não”, porque você não pode sempre responder com
violência a uma violência. Aliás, você nunca deveria responder com violência.
Era a questão da violência. Na medida em que você responder com violência, o
ciclo não termina mais. Nós sabemos como em certas regiões do Brasil existem as
vinganças entre as famílias, que não terminam nunca. Como existe na Máfia da Itália. Uma
coisa chama a outra: violência é cobrada com violência. Não se consegue sair da
violência, a não ser se alguém diz: “Não, eu não brigo mais. Você pode me
bater, mas eu não vou responder. Senão, nós não terminamos. Nós vamos
constantemente destruir, em vez de construir”.
Outra
palavra que Ele disse: “Amai os vossos inimigos”. E todo o mundo ficou
perplexo... Amai os vossos inimigos... e perdoai. Ele chegou a perdoar aqueles
que o crucificaram.
Então,
são elementos muito fortes, que, de fato, nós sabemos que são necessários para
uma convivência humana possível, digna. A caridade, em todos esses elementos, é
fundamental para uma convivência humana digna.
Bibliografia:
HUMMES, Claúdio, cardeal-arcebispo
de São Paulo na abertura do Seminário
Internacional Cristianismo - Filosofia, Educação e Arte 2: “Ética e situações-limite”,
Faculdade de Educação da USP, 16-4-02. Ética e Solidariedade- o
verdadeiro conceito de caridade cristã, disponível em : http://www.hottopos.com/videtur15/dclaudio.htm,
acesso em 25 de maio de 2012.
Autores:
Carla Mariane Martins
Amanda Christina
Macedo Silva
Wilgner Fernandes
Borges do Carmo
Nenhum comentário:
Postar um comentário