O livre arbítrio inicia-se com Santo
Agostinho tentando explicar a liberdade do indivíduo para escolher entre aproximar-se
de Deus ou não, acentuando a subjetividade humana diante do mundo. Então, como
Gilberto Cotrim (2002, p. 275) colocou em seu livro, esse termo passa a ser
utilizado até mesmo por Agostinho para identificar “o meio pelo qual o homem
realiza a sua liberdade [...]”. Os pensadores dessa linha de raciocínio
acreditam que o homem é livre pra fazer o que quiser, até o momento em que a
oportunidade está em aberto.
Thomas Nagel (2001) tenta exemplificar o
livre arbítrio mostrando uma decisão que se pode fazer na escolha de uma
sobremesa, dizendo que “[...]até o momento da escolha, não há nada que
determine irrevogavelmente qual será a sua escolha. Permanece aberta a possibilidade de que você
escolha [...]”, vê-se assim que diferentemente de coisas que estão certas e não
dependem do homem como é o caso do nascer do Sol, coisas estão plausíveis de
escolha enquanto uma opção não houver sido feita. Desta forma, entende-se que
tudo na vida é feito de escolhas, e o homem é livre para escolher entre as
possiblidades qual opção seguir.
Diferentemente do Livre Arbítrio, o
determinismo ignora a liberdade como vemos no livro “O que é ética”. Segundo Álvaro
L. M. Valls (2003), “a concepção ignora, por princípio, a liberdade humana como
sendo uma ilusão”.
As pessoas que seguem o determinismo acreditam
que tudo o que fazemos já está pré-determinado, mas não como a noite começa
todos os dias e terminam em horários quase que semelhantes. Porém, é necessário
que compreendamos que essas mesmas pessoas percebem que dependemos sim das
decisões e vontades, entretanto, que somados com a situação e as circunstâncias
fazem com que nossas ações sejam as que fazemos ou fizemos. Thomas Nagel(2001) deixa
bem explícito em um dos parágrafos as afirmações acima.
[...]
A soma total das experiências, dos desejos e do conhecimento de uma pessoa, sua
constituição hereditária, as circunstâncias sociais e a natureza da escolha que
ela tem diante de si, juntamente com outros fatores que talvez desconheçamos,
combinam-se para tornar inevitável uma ação particular nessas circunstâncias
(2001, p. 53).
Concluímos assim, observando que ambos os
pensamentos são bem divergentes, que enquanto os que acreditam em livre
arbítrio veem a liberdade do homem por meio de suas decisões, os outros por sua
vez observam a importância das decisões, no entanto, acreditam que a situação e
demais coisas influenciam para que nossa decisão seja a opção pela qual
optaremos.
Bibliografia
COTRIM,
Gilberto. Fundamentos da filosofia:
história e grandes temas. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
NAGEL,
Thomas. Silvana Vieira (trad). Uma breve
introdução à filosofia. 1.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
VALLS,
Álvaro L. M. O que é ética. 9. ed.
São Paulo: Brasiliense, 2003.
Autores
Fernanda
Pereira de Oliveira
Ione
Brito de Oliveira
Raígor Nascimento
Borges
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