sexta-feira, 8 de junho de 2012

Livre Arbítrio e Determinismo


O livre arbítrio inicia-se com Santo Agostinho tentando explicar a liberdade do indivíduo para escolher entre aproximar-se de Deus ou não, acentuando a subjetividade humana diante do mundo. Então, como Gilberto Cotrim (2002, p. 275) colocou em seu livro, esse termo passa a ser utilizado até mesmo por Agostinho para identificar “o meio pelo qual o homem realiza a sua liberdade [...]”. Os pensadores dessa linha de raciocínio acreditam que o homem é livre pra fazer o que quiser, até o momento em que a oportunidade está em aberto.
Thomas Nagel (2001) tenta exemplificar o livre arbítrio mostrando uma decisão que se pode fazer na escolha de uma sobremesa, dizendo que “[...]até o momento da escolha, não há nada que determine irrevogavelmente qual será a sua escolha. Permanece aberta a possibilidade de que você escolha [...]”, vê-se assim que diferentemente de coisas que estão certas e não dependem do homem como é o caso do nascer do Sol, coisas estão plausíveis de escolha enquanto uma opção não houver sido feita. Desta forma, entende-se que tudo na vida é feito de escolhas, e o homem é livre para escolher entre as possiblidades qual opção seguir.
Diferentemente do Livre Arbítrio, o determinismo ignora a liberdade como vemos no livro “O que é ética”. Segundo Álvaro L. M. Valls (2003), “a concepção ignora, por princípio, a liberdade humana como sendo uma ilusão”.
As pessoas que seguem o determinismo acreditam que tudo o que fazemos já está pré-determinado, mas não como a noite começa todos os dias e terminam em horários quase que semelhantes. Porém, é necessário que compreendamos que essas mesmas pessoas percebem que dependemos sim das decisões e vontades, entretanto, que somados com a situação e as circunstâncias fazem com que nossas ações sejam as que fazemos ou fizemos. Thomas Nagel(2001) deixa bem explícito em um dos parágrafos as afirmações acima.

[...] A soma total das experiências, dos desejos e do conhecimento de uma pessoa, sua constituição hereditária, as circunstâncias sociais e a natureza da escolha que ela tem diante de si, juntamente com outros fatores que talvez desconheçamos, combinam-se para tornar inevitável uma ação particular nessas circunstâncias (2001, p. 53).

Concluímos assim, observando que ambos os pensamentos são bem divergentes, que enquanto os que acreditam em livre arbítrio veem a liberdade do homem por meio de suas decisões, os outros por sua vez observam a importância das decisões, no entanto, acreditam que a situação e demais coisas influenciam para que nossa decisão seja a opção pela qual optaremos.


Bibliografia

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
NAGEL, Thomas. Silvana Vieira (trad). Uma breve introdução à filosofia. 1.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 2003.


Autores

Fernanda Pereira de Oliveira
Ione Brito de Oliveira
Raígor Nascimento Borges

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